terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Abandono: O problema não são os maus, mas sim os "bons".

Muito oportuna a reportagem de Veja, edição 20 de janeiro de 2010 a respeito das centenas de cães e gatos que são abandonados diariamente nas cidades brasileiras. Fico muito feliz ao ver essa preocupação em uma revista respeitada e lida por vários formadores de opinião. Falta educação e conscientização à nossa população, noção de que animais não são objetos, que se joga fora quando enjoa, são sencientes. Quando falo sobre abandono de animais muitas pessoas comparam com a violência praticada por assassinos cruéis e arrematam dizendo que se fazem com os homens, imaginem com os animais... O que ninguém percebe é que quando falamos em maus tratos à cães e gatos, na grande maioria das vezes não estamos falando de psicopatas como o Champinha que matou Liana Friedenbach e Felipe Caffé, ou a Suzane von Richthofen, estamos falando daquela tia que joga crias indesejadas no terreno perto de casa, do vizinho que deixa seu animal na rua correndo todo tipo de risco, naquela pessoa que envenena gatos, enfim, pessoas consideradas "legais", mas que são verdadeiros carrascos de outras formas de vida. Não me espantaria ouvir dizer que que a Suzane matou também um gato, um cachorro. Na realidade ficaria até feliz se os maus tratos se resumissem a casos praticados por pessoas execradas da sociedade, os animais estariam com certeza mais a salvo do que hoje... O problema é que enquanto não houver uma política séria para conscientizar as pessoas de que os animais também merecem respeito, de que devemos ser responsáveis com eles, muitos animais infelizmente padecerão nas mãos de pessoas "acima de qualquer suspeitas", com "reputação ilibada", enfim "exemplos de conduta a ser seguida". E quem disse que é sonho? Quando estava na escola não aprendi a economizar água, fiz Direito faz muito pouco tempo em uma das melhores faculdade do Brasil e Direito Ambiental não estava na grade curricular. Hoje vejo meus sobrinhos educarem seus pais, fechando a torneira quando está aberta desnecessariamente; quem sabe daqui uns anos também ensinarão o respeito a todas as formas de vida, repreenderão os maus tratos e esse blog ficará ultrapassado...

"Quando sonhamos sozinhos é só um sonho. Quando sonhamos juntos é o começo de uma nova realidade!"

sábado, 9 de janeiro de 2010

Fatalidade ou Insolação?



Brasileiro tem mania de chamar de fatalidade tudo de ruim que acontece no país. A enchente é fatalidade, a tragédia de Angra...

Desde a antiguidade o homem sabe que não deve se instalar nas proximidades dos rios, a história do rio Nilo mostra essa sabedoria com excelência. Daí vem nosso povinho esperto, que acha graça em burlar a legislação, conta vantagem da situação e depois chora na televisão. Perderam tudo, móveis, alimentos, por vezes até as vidas dos membros da casa são perdidas também. Tudo fatalidade! É imprevisível que o rio sobe quando chove, que há tempos de cheias e de estiagem, é imprevisível que se tentarmos levar vantagem em cima da natureza, mais cedo ou mais tarde ela inexoravelmente mostrará a sua grandiosidade.

A “fatalidade” de Angra seria previsível por qualquer técnico do ramo, pelos bombeiros. Será que o local tinha alvará? E era uma pousada de luxo, com certeza levou muito até a tragédia do reveillon. Agora o prefeito de lá suspendeu o decreto de ocupação urbana, por enquanto não libera pra mais ninguém. Bom, se ele suspendeu é porque estava muito errado e agora isto tá escancarado pra todo o mundo ver. Mas por quê? Ah, muuuuuito Euro na cueca (dolar não tem mais graça), pode ter certeza! Depois, para apaziguar, as autoridades falam: “Fatalidade”... Ah, me respeita, fatalidade pra mim é o furação, o tsunami, os tornados... nem erupção de vulcão eu considero fatalidade. Ora, com o conhecimento que hoje temos em tecnologia, o homem está mais do que apto a distinguir um vulcão de um “planaltinho” e de montanhas. E por falar nisso, como canta Claudia Leite, graças a Deus que “no Brasil não tem vulcão”!!! Do contrário iríamos ver a cena hilária da especulação imobiliária lucrar com prédios até praticamente a boca do bichão e, com certeza, fazendo propaganda da melhor vista da região. Depois? Ah, depois amargamos com a velha estória da “fatalidade...

É a Lei de Gérson na versão do Português... melhor, do brasileiro mesmo, aquele não se importa com os absurdos do país, mas que não gosta da piada de sua realidade.

Como canta Claudinha Leite na música “Insolação do Coração” : Paz, carnaval, futebol... Não mata, não engorda e não faz mal...” é muita insolação sim, mas na cabeça dessa gente sem noção.