A sua cachorrinha ou uma piscininha?

A sua cachorrinha ou uma piscininha? Escolha! Foi assim que uma jovem mãe me falou que decidiu com o filho de 4 anos o destino da pobre Vivi, uma vira latas de 2 meses que o marido pegou na casa da vizinha quando nasceram os filhotes. A mãe disse que só ficou com o filhote uma semana, nos outros dias já estava trabalhando então não se apegou a doce Vivi. Aproveitou que ficou sabendo de um evento que aconteceria na favela do brejo e resolveu levar a Vivi para doar para alguma criança lá, na favela. Foi depois de muita conversa, com todos nós do evento dizendo que estava errado, que ela não poderia fazer isso com a pobre filhote, que sequer sonhava no que estava por acontecer, que ela resolveu levar de volta para casa, esperar para ver se alguém da AVA ou seu marido arrumassem um dono para Vivi. Ela estava decidida, não iria levar a cachorrinha de volta para casa, aproveitar a ausência do filho para cumprir o acordo, afinal, a piscina já estava em casa. Fiquei desesperada com o fato, as pessoas que trabalham comigo também não se conformavam com isso. Liguei para a Cris pedindo ajuda e a mãe, depois da pressão, acabou levando Vivi para casa. Até quando? Para quem estava decidida, quantos dias mais são possíveis agüentar aquela cadela que ela sequer gosta de ver no quintal? O destino de Vivi será traçado em horas, poucos dias. Uma cadelinha cheia de vida, carinhosa e que, pela manhã que ficamos juntas no evento, pude perceber que adora crianças, lambe, brinca, um amor. E assim é o destino de vários outros animais, seres vivos, criados por Deus para que se submetessem a nós. Sim, só que todo direito carrega o dever; dever de cuidar bem daquilo que foi deixado sob nossa guarda, nossa responsabilidade. Que vergonha minha gente! Quando nós, seres humanos, aprenderemos que animais não são objetos, seres inanimados. Tenho pena dessa mãe, que já adulta não tem noção do valor da vida. Pena do filho, que aos 4 anos aprende erroneamente a trocar sua cachorrinha por uma piscina. Será que amanhã, se alguém perguntar para essa criança “a sua mãe ou um caminhão com controle remoto” ele vai optar por este? Afinal, é isto que está aprendendo. E as escolas se omitem quando o assunto é “direito animal”. Pra que perder tempo com isso, não é? Quando era pequena, minhas professoras também não se preocupavam em ensinar a poupar a água do planeta, cuidar das florestas, afinal, pra que? Hoje é que a gente entende o “pra que” disso, como amanhã saberemos o quanto é absurdo o que eu presenciei hoje. Tão absurdo quanto hoje acharia essa mesma mãe se eu dissesse que deixei a tornei da cozinha completamente aberta, vazando...
Bem, nem sei mais o que dizer, anotamos o endereço e telefone da moça, espero que a Cris ou alguém possa arrumar um dono pra Vivi.
Abraços
Vivi Alexandre