sábado, 7 de novembro de 2009

PEDREIRO BOM É PEDREIRO CRENTE!


Uns meses atrás mudei de meu apartamento para uma casa. Minha vida toda morei em prédio, portanto trata-se de uma mudança drástica na minha rotina. Comprei de uma construtora em um condomínio fechado, que prega a política do “deixe alguma coisa para o dono fazer”, melhor seria dizer: "deixe alguma coisa para o dono se f... Beleza, minha parte era a área de serviço, que não tinha nada a não ser o tanque, e o fundo, que veio pura terra. Lembra a música “era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...” Pois bem, toca procurar pedreiro para fazer a obra. Considerando que a minha cidade toda está em obras e a construção civil aqui anda a milhão, dá pra imaginar o que sobra a disposição no mercado e o ágil do preço cobrado.
Bom, pra quem precisa mudar amanhã, tempo não há para esperar, vamos no que tem mesmo. Cotação ok, empreita para fazer a área de serviço (que disseram que estaria pronta em uma semana), material comprado... Oba! Então mudo semana que vem, já ta marcado! Isso era inicio de outubro, dia 2, 3, não sei exatamente. O sol colaborou, nenhum dia de chuva como acontece quando minha irmã pronuncia a palavra “REFORMA”. Se ela diz a frase completa então, “vou reformar a casa”, aí tem que preparar o povo da Vila Virginia toda para enfrentar a enchente que virá! Pois é, hoje é dia 07 de novembro e eu to aqui, sabadão, com o pedreiro em casa, na área de serviço... e não vai terminar hoje, ta! Mandei email para a marca famosa do revestimento, reclamando da porcaria que me venderam a preço de ouro, que veio toda trincada e quebrada. Também, esperar o que de uma marca que termina com “ku”? Depois foi outro email para a marca da porta, isso porque comprei a primeira linha! Esses japoneses tão me saindo... Aff, que dificuldade, meu cartão que antes vivia cheio de comprinhas das lojas do shopping, agora só tem CeC, Leroy Merlyn, Telha Norte... e a obra não acaba nunca!!! Ouvi falar nesse tempo de coisa que eu nem sabia que existia: rufo, calha (pra falar a verdade, paguei o serviço e até hoje não sei o que é). Aprendi que existe joelho, cotovelo, uma feijoada inteira nesses canos e tubulações. Mas o pior de tudo foi conviver com os erros dos profissionais da área: corta errado, compra de novo (eu pagando), faz errado, manda fazer de novo... Ah, detalhe, realmente tive que me mudar na semana seguinte. Desde a mudança revezo as duas calças que achei (meu guarda roupas ainda não está pronto), uso somente umas camisetas regatas que estavam numa caixa por cima e umas sandálias velhas que nem lembrava que existiam. É, pra quem já leu minha primeira postagem nesse blog, deve estar adivinhando que essa privação de roupas está me parecendo um voto de pobreza, tragédia pura. Que saudade das vendedoras do shopping, que sempre me atendem com tanta disposição! Bom, pelo menos o estojo de maquiagem eu achei.
Sempre soube que a pior fama que existia de um profissional era a do advogado, mas não sabia quem vinha em segundo lugar na lista: o pedreiro! Oh profissional complicado esse, mesmo sendo bom tem que ficar em cima. Sem entender nada, tudo se torna uma "benção", mas a estética final nos alerta para o que está certo ou errado. Bom, o resto a gente descobre depois que a obra acabar, naquelas “surpresas”. Uma lei que não falha nunca e funciona mais que a da gravidade é a Lei de Murph, eu querendo que isso tudo acabe logo e o pedreiro falta, sai mais cedo, briga com a mulher... Quando você pergunta ele diz: “Ah, acabei bebendo demais”. Um colega outro dia me disse que a parede da casa dele foi feita por dois pedreiros, cada um fazendo uma ponta para terminar mais rápido; o resultado foi que quando as duas se encontraram havia uma diferença entre elas e a parede ficou com um “dente”. Fora a felicidade do dono da casa com a “surpresa”, tempos depois de concluída a obra chegou uma conta a ser paga: da casa de matérias de construção, você deve estar imaginando. Não, a conta do bar da esquina! É a “marvada” cachaça! Por isso aprendi que a primeira coisa a perguntar para o pedreiro não é se ele tem experiência, essa é a segunda pergunta. A primeira e mais importante de todas é saber se ele é crente, pois evangélico de verdade não bebe, então pedreiro bom é só pode ser crente!

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