terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O carnaval e a exploração animal

Um dos mais promissores segmentos do agrobusiness desta década é o avestruz, uma indústria que está em plena consolidação e que apresenta um dos mais atraentes indicadores de custo-benefício do mercado.

O avestruz se mantém economicamente produtivo até os 40 anos de idade e tem capacidade de postura de 40 a 60 ovos/ano. Atinge a idade de abate aos 13 meses, com 140 kg em média. Não existe “desperdício” na estrutiocultura.
O maior produtor de plumas é a África do Sul, o mercado consumidor está na Europa, Ásia e Américas, sendo o Brasil um dos maiores importadores, principalmente para o carnaval (adornos e fantasias) e confecção de espanadores.
Um dos maiores chamativos do avestruz – para quem aprecia animais, e não para quem olha um animal enxergando matéria-prima extraída à força – são suas penas, grandes e imponentes. Para quem está no ramo da estrutiocultura, é uma fonte a mais de renda.
Todos precisam saber como funciona a retirada de plumas, para não cair na falácia do “produto que o animal dá para nós”:  ”O adulto pode produzir penas de excelente qualidade por quarenta anos ou mais, desde que receba cuidados apropriados. No entanto, as melhores penas são produzidas por avestruzes de três a doze anos de idade”. Esses são dados técnicos do SBRT – Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Quando se faz a retirada, deve-se deixar uma camada de penas na parte superior do animal para evitar queimaduras de sol. Separam-se bem as plumas para arrancar, puxando com movimento de zíper. Só arrancam-se as penas que apresentam o tálamo bem maduro, pois se arrancado quando ‘verde’, causa dor e sangramento no animal”. O animal passará por isso por quarenta anos, sistematicamente.
Segundo a avaliação técnica, o preço das penas brancas de melhor qualidade é de 80 a 90 dólares, e 40 dólares para a segunda qualidade, sendo que cada animal possibilita até mais de uma ‘safra’ anual.
Carnaval de 2008 teve primeira escola de samba totalmente ecológica
A Tribuna Animal e o Quintal de São Francisco – duas grandes organizações de proteção aos animais – se uniram à Sociedade Escola de Samba Imperador do Ipiranga, em São Paulo, para promover um carnaval em benefício do meio ambiente. Na avenida, não houve um único adereço de origem animal. Penas e plumas que tradicionalmente compõem as fantasias foram substituídas por materiais alternativos, enfeites produzidos com artigos reciclados. Dessa forma, a Imperador do Ipiranga foi a primeira escola de samba do País a promover um carnaval totalmente ecológico.
Outras escolas poderiam ter esse cuidado em 2015, já que a retirada das plumas causa tanta dor e sofrimento ao avestruz.
Fonte: ANDA

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